Encontro grilhões nos dedos enferrujados.
Queria dizer o quão idiota é a solidão.
A verdadeira solidão, em que nada nem ninguém a tua volta te preenche .
Onde o sonho já não sonhas, mas relembras.
Loucura esta de sentir o já sentido e não conseguir viver o presente.
Como reflexo de outrora, sonho acordado, esperando sonhar a dormir.
Durmo sem sonhar, e acordo esperando por sonhar novamente á noite.
Tolice esta de pensar que a solidão é algo passageiro.
Ingénuo fui em pensar que a semente não iria dar árvore.
Árvore forte e grande esta que semeei e não gosto do fruto que como.
Asfixio com o fruto da oliveira que semeei.
Solidão tóxica que me prende á vontade de evoluir, sem olhar para a terra.
O terreno que piso o chão que fertilizei a oliveira forte que me bloqueia a visão.
quarta-feira
Existe algo bom em escrever melhor do que em desenhar.. Ao escrever você sonha e ao desenhar você exprime... Eu escrevo desde de que me lembro mais nunca na vida precisei realmente decantar um pensamento para transforma lo em palavras...
Faço colagem ..com as escritas que se seguem em mim ...com a mesma frequencia...
Escrito por CG .
ABISMAR-SE. Você já sentiu ondas de aniquilamento que sobrevém seja por mágoa ou plenitude? Um desejo de se abismar na felicidade ou no sofrimento? Começa com uma ideia pura de todo ressentimento, sem chantagear ninguém, um pensamento sem sabor, que não combina com a cor, com o silêncio, com o abandono desta manhã? Às vezes a alegria ou a desgraça nos pega de surpresa. Ficamos dissolvidos, não despedaçados; caímos, derretemos. Um pensamento levemente tocado, tentado, tateado como se tateia a água com os pés. Sempre pode voltar. E é tudo tão suave. E a tristeza quando vem acompanhada de uma noite de inverno om domingo chuvoso, é o aniquilamento. A mágoa pode vir de uma fusão: morremos juntos de nos amar, morte enclasurada da tumba comum. O abismo é um momento de hipnose, que me ordena desmaiar sem me matar. Quando assim me acontece de abismar-me, é porque já não há lugar para mim em parte alguma, nem mesmo na morte. A imagem do outro à qual eu me colava, da qual vivia já não existe, ora é uma catástrofe inútil, ora é uma felicidade excessiva que me faz alcançá-la. É sempre assim na jornada amorosa: plenitude, sofrimento; sempre caindo nas duas bordas. É uma regra: não tem como permanecer apenas num abismo, é preciso jogar-se nos dois limites do sentimento. E perco neste suicídio sem morte minha estrutura de amante.
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